domingo, 24 de maio de 2020

DESTAQUE DA SEMANA NO BLOG DO PARCEIRO: A prefeitura de Aracoiaba estende o ponto facultativo, e impõe novas medidas de isolamento social para enfrentamento à Covid-19. Saiba Mais...

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DESTAQUE CAMPEÃO:

A prefeitura de Aracoiaba estende o ponto facultativo, e impõe novas medidas de isolamento social para enfrentamento à Covid-19. Saiba Mais...

FOTO: Instagram da Prefeitura Municipal de Aracoiaba
Através do decreto de nº 017 de 20 de maio de 2020, a prefeitura de Aracoiaba estende o ponto facultativo até o dia 31 de Maio de 2020, bem impõe novas medidas para enfrentamento à Covid-19. 
Reiteramos também o pedido para que pratiquem o isolamento social, pois é a forma mais eficaz no combate ao Coronavírus.
#aracoiaba #prefeitura #decreto #isolamento #covid19 #cornavírus #saude

DECRETO: 017/2020 : 

20/05/2020
Estende as medidas de isolamento social estabelecidas no decreto de n°04 de 17 de março de 2020 e no decreto de nº 06 de 20 de março de 2020 e dá outras providências.
CLIQUE AQUI PARA VISUALIZAR O DOCUMENTO

Instagram Oficial da Prefeitura de Aracoiabaaracoiaba.ce.gov.brLEIA TAMBÉM:  Governador do Ceará prorroga decreto de isolamento; Fortaleza segue em lockdown até fim de maio
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quarta-feira, 20 de maio de 2020

20 livros grátis de literatura infantil para você baixar

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Olá, leitores do Canal do Ensino!

Confira a seleção de livros infantis que estão disponíveis para download gratuito.

literatura infanto juvenil é um ramo da literatura voltado para as crianças e adolescentes entre 10 a 15 anos de idade. Este tipo de obra procura utilizar diversas imagens para ilustrar o texto e costumam usar personagens na mesma faixa etária dos leitores.

Pensando neste público, reunimos 20 livros de literatura infantil que estão disponíveis na internet para download gratuito. Estes livros estão sob domínio público ou possuem a devida licença do autor para serem disponibilizados gratuitamente.

Confira a seguir os 20 livros de literatura infantil para download grátis:
  1. A borboleta azul
  2. A Bruxa e o Caldeirão
  3. Amanda e os Nanorobôs
  4. Chuva e sol
  5. Conto ou não conto?
  6. Dom Quixote
  7. Eu que vi, eu que vi
  8. Histórias da Avózinha
  9. Histórias que acabam aqui
  10. Meiguice
  11. No reino das letras felizes
  12. O galo Tião e a dinda Raposa
  13. O galo Tião e a vaca Malhada
  14. O leão Praxedes
  15. O mistério do anel de pérola
  16. O pacto maldito e outras histórias de morte
  17. O peixinho e o gato
  18. O ramo verde
  19. O ratinho Rói-Rói
  20. Pai, posso dar um soco nele?
Boa leitura!
FONTE: CANAL DO ENSINO: https://canaldoensino.com.br/blog/20-livros-gratis-de-literatura-infantil-para-voce-baixar

sábado, 16 de maio de 2020

Flashback Anos 80 - CD Completo



FONTE DO VÍDEO:

CD raro e exclusivo! Reunindo grandes sucessos dos anos 80 com o repertório criado em 2002 e adaptado por Ronaldo Abreu em 2017.
FLASHBACK ANOS 80 p(2002/2017)
Edição: Ronaldo Abreu
Realização: RSA Music™


VEJA MAIS VÍDEOS DO CANAL: RSA Music

PLAY PARA REPRODUZIR TODOS OS VÍDEOS

terça-feira, 12 de maio de 2020

Japão quer aprovar antiviral para o tratamento de coronavírus

Remdesivir foi produzido nos EUA para tratar pacientes com ebola
>
POR AGÊNCIA BRASIL
O ministro da Saúde, Trabalho e Bem-Estar Social do Japão, Kato Katsunobu, deve aprovar, amanhã (7), o antiviral remdesivir para o tratamento do coronavírus.
Ele disse que pretende autorizar o medicamento, caso um painel consultivo o aprove.
O remdesivir foi desenvolvido pela Gilead Sciences, com sede nos Estados Unidos, para o tratamento de pacientes com ebola.

LEIA TAMBÉM: Japão começa a fornecer antiviral recém-aprovado para tratar covid-19

O governo japonês, por sua vez, deu início a procedimentos para acelerar a aprovação do antiviral como um possível tratamento para pacientes de coronavírus, após o lado americano ter aprovado seu uso emergencial na última sexta-feira.
O ministro da Saúde afirmou que a empresa farmacêutica ainda não informou a respeito da quantidade de remdesivir que pode ser fornecida ao Japão.
Ele disse que quer assegurar a maior quantidade possível do medicamento e disponibilizá-lo o quanto antes.

sábado, 9 de maio de 2020

Covid-19. Seis potenciais vacinas que estão sendo testadas em humanos

Perante o flagelo da pandemia do novo coronavírus, cientistas de todo o mundo tentam encontrar uma vacina em tempo recorde.
Vacina
Devido à gravidade da pandemia do novo coronavírus, cientistas de todo o mundo tentam encontrar uma vacina em tempo recorde. O desenvolvimento de uma vacina pode demorar anos ou décadas, por exemplo, e conforme explica uma reportagem publicada pela BBC News, a vacina conta o Ebola desde o ínicio da sua formulação até ser finalmente aprovada demorou 16 anos.

Normalmente, a criação de uma vacina contra qualquer vírus infeccioso segue várias etapas de produção, sendo que primeiro são realizados testes em laboratório e em seguida em animais. Nesse momento se a droga farmacológica se revelar segura e capaz de causar uma resposta imune, então começam os testes nos seres humanos. 

Porém, e após cerca de três meses, já existem seis potenciais vacinais contra a Covid-19, formuladas por 90 equipes de pesquisadores de todo o mundo. E sim, essas vacinas já estão sendo testadas em humanos.

A BBC compilou uma lista na qual apresenta as seis grandes promessas contra a Covid-19:

Vacina mRNA-1273 - Moderna Therapeutics (Estados Unidos)
Uma vacina procura 'adestrar' o sistema imunológico dos indivíduos de modo a provocar uma resposta para combater os vírus e prevenir o desenvolvimento de doenças.
As vacinas mais comuns, as consideradas tradicionais, optam pelo uso de vírus vivos de baixa intensidade, inativados ou fragmentados.

Contudo, o mRNA-1273 da Moderna não é produzido com o SARS-CoV-2, ou seja com o vírus que causa a Covid-19. Ao invés, este baseia-se num RNA mensageiro (RNAm), ou ácido ribonucleico mensageiro. Por outras palavras, é utilizado um segmento reduzido do código genético do vírus, criado em laboratório. Desta forma, os pesquisadores procuram incitar uma resposta do sistema imunológico para dizimar infecções.

Vacina INO-4800 - Inovio Pharmaceuticals (Estados Unidos) 
Esta vacina também recorre a uma nova estratégia de pesquisa. Segundo a BBC, foca-se na injeção direta de DNA cultivado por cientistas no interior das células, para que estas produzam anticorpos capazes de bloquear o vírus. 

Tanto o Inovio quanto a Moderna optam pelo uso de novas tecnologias baseadas na alteração ou manipulação de material genético.

Vacina AD5-nCoV - CanSino Biologics (China)
A vacina AD5-nCoV usa como vetor uma versão de um adenovírus, o 'famoso' vírus que causa a gripe comum. 

Esse vetor transporta o gene da proteína da superfície do coronavírus e, desta forma tenta instigar a reação imune com o intuito de lutar contra a infecção.

Vacina LV-SMENP-DC - Instituto Médico Genoimmune de Shenzhen (China)
Esta vacina LV-SMENP-DC utiliza células dendríticas (leucócitos que protegem o corpo de antígenos) alterados através de vetores lentivirais (método pelo qual genes podem ser inseridos, modificados ou eliminados no corpo humano) para tentar obter uma resposta imune. 

Sem nome - Vacina do Instituto de Produtos Biológicos de Wuhan, subordinada ao Grupo Farmacêutico Nacional da China, Sinopharm (China)
Trata-se, conforme explica a BBC, uma vacina de vírus inativado. Este tipo de vacina é concebida a partir de partículas do vírus, bactéria ou outros patógenos cultivados, sem habilidade de causar patologias.

Bastante avançada, no último dia 23 de abril, foi administrada uma injeção a 96 voluntários de três faixas etárias distintas. 

"É a tecnologia mais comum e mais usada na produção de vacinas", diz Felipe Tapia, engenheiro biotécnico do Instituto Max Planck e da Bioprocess Engineering Group na Alemanha.

"É uma tecnologia que possui produtos que já estão licenciados e comercializados. Portanto, a maioria das estimativas de que uma vacina ficará pronta entre 12 e 16 meses é baseada nesse tipo de vacina inativada", afirma. 

Vacina ChAdOx1 - Instituto Jenner, Universidade de Oxford (Reino Unido)
O primeiro ensaio clínico na Europa começou no dia 23 de abril. Este é um tipo de vacina que contém genes de diferentes fontes e é parecida à da empresa chinesa CanSino.

Todavia, a equipe de investigadores britânicos está usando uma variedade mais fraca de um adenovírus, vírus comum da gripe que causa infecção em chimpanzés. De salientar que o vírus foi alterado geneticamente para que não se desenvolva nos humanos. 

"Os cientistas estão concebendo um vírus que não é nocivo, porém manifesta a proteína do coronavírus e, assim, pode originar uma resposta imune", conta Tapia. 

Conforme a BBC aponta, o caráter promissor desta vacina reside no fato dos investigadores já terem experiência no manuseio desta tecnologia. Tendo sido com este método que criaram uma vacina contra o coronavírus MERS, cujos ensaios clínicos tiveram resultados positivos.
FONTE: NOTÍCIAS AO MINUTO

quarta-feira, 6 de maio de 2020

Primeiros afetados pela covid-19 no Brasil tinham, em média, 39 anos

Doença atingiu inicialmente classes com maior renda per capita
@Divulgação / Infraero
A média de idade dos primeiros pacientes diagnosticados com a covid-19 no Brasil, de 39 anos, foi mais baixa do que a observada em outros países. Associado ao fato de que, na fase inicial da epidemia, grande parte desses pacientes pertencia às classes sociais mais elevadas, isso pode ter contribuído para que o país tenha registrado uma taxa de hospitalização equivalente à metade da média internacional – de 10% contra 20% de outros países.
As conclusões são de um estudo internacional, liderado por pesquisadores brasileiros. Os resultados preliminares da pesquisa, apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) no âmbito do Centro Conjunto Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (CADDE), foram descritos em artigo publicado na plataforma medRxiv, ainda em versão pré-print (sem revisão por pares).
“A condição econômica desses primeiros pacientes infectados permitiu que tivessem maior acesso a testes diagnósticos, por exemplo, facilitando inicialmente o isolamento social e a diminuição do contágio”, disse o pesquisador da Fiocruz e um dos autores do estudo, Julio Henrique Rosa Croda.
Os pesquisadores analisaram as características epidemiológicas, demográficas e clínicas dos casos confirmados de covid-19 durante o primeiro mês da epidemia no Brasil. Para isso, usaram principalmente a base de dados REDCap, criada pelo Ministério da Saúde no início do surto da doença para notificação de casos.
As análises dos dados indicaram que, entre 25 de fevereiro e 25 de março, foram confirmados 1.468 casos de covid-19 no Brasil, dos quais quase a metade (48%) foi de pessoas entre 20 e 39 anos de idade. Do total de casos registrados à época, 10% precisaram de internação e apresentaram como fatores de risco associados à hospitalização doenças cardiovasculares e hipertensão.
“Pode ser que a média de idade dos pacientes com covid-19 hospitalizados no Brasil seja menor do que a média mundial porque teriam maior prevalência de comorbidades em comparação com a população na mesma faixa etária de outros países. Mas essa hipótese ainda não foi confirmada”, afirma Croda.
A menor média de idade de pacientes infectados e hospitalizados no Brasil em comparação com outros países também pode estar relacionada ao fato de que esse grupo etário, entre 20 e 39 anos de idade, representa uma parcela expressiva – de 32% – da população brasileira, ponderam os pesquisadores.

Classes

Para avaliar se os primeiros casos notificados de infecção pelo SARS-CoV-2 (novo coronavírus) estavam relacionados ao perfil socioeconômico dos pacientes, os pesquisadores analisaram os casos registrados na região metropolitana de São Paulo, com base em dados de geolocalização do endereço dos pacientes. As análises revelaram que as regiões com maior renda per capita média apresentaram maiores taxas de testagem.
“Constatamos que há uma disparidade socioeconômica no acesso ao teste de diagnóstico de infecção pelo novo coronavírus no Brasil que persiste à medida que o número de casos da doença tem se expandido”, avalia Croda.
Os pesquisadores também observaram que, durante o primeiro mês da epidemia, apenas 33,1% dos casos foram confirmados em laboratórios de saúde pública e o restante em laboratórios privados. “Inicialmente, a doença ficou mais restrita à população mais rica do país e, no final de março, ocorreu uma transição e passou a atingir a população mais pobre”, analisa Croda.
O artigo Epidemiological and clinical characteristics of the early phase of the COVID-19 epidemic in Brazil  pode ser lido na internet.

sábado, 2 de maio de 2020

Médico sobre a Covid-19: 'você quer enxugar uma lágrima e não tem como'

É uma doença solitária
© Reuters
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Covid-19, além da elevada transmissibilidade, é uma doença coletiva e de solidão.

Jean Gorinchteyn, infectologista no Hospital Israelita Albert Einstein e no Instituto de Infectologia Emilio Ribas, diz que o novo coronavírus afasta a humanidade que médicos costumam ou querem direcionar para os seus pacientes e impede gestos básicos de preocupação, como ir dar um abraço na família que vai receber uma notícia ruim.

Ao mesmo tempo, a sensação de estar só também está presente do lado dos pacientes, que enfrentam o isolamento em casa ou nos hospitais, para os casos mais graves.

"Quando você está doente é um período extremamente frágil da tua vida. Você quer ser abraçado, beijado. Os doentes nem sequer podem receber a visita de parentes", diz Gorinchteyn. "Quando vemos uma situação dessas, é uma catástrofe. Isso é uma tragédia muito grande."

Gorinchteyn diz que, com a Covid-19, assim como em doenças como HIV, dengue e zika, a conscientização individual não é suficiente para o combate à doença. Não adianta uma pessoa se cuidar se outras não tiverem uma higiene respiratória correta (como tossir na dobra do braço), não limparem as mãos constantemente com água e sabão ou álcool em gel e não se isolarem quando estão doentes.

"Você pode estar olhando o seu vasinho de plantas e evitando o acúmulo de água, mas o terreno do lado está abandonado e ali foi o logradouro para depósito dos ovinhos do aedes. É a conscientização, mas nem sempre isso está relacionado com os seus cuidados, mas sim com os cuidados das pessoas que estão no seu entorno."

O especialista também afirma que é preciso cuidado com a hidroxicloroquina, que ainda não tem dados concretos que apontem benefícios de uso ou mesmo o risco de uso em pacientes com a Covid-19. Por isso, diz o infectologista, o uso em casos leves não faria sentido no momento.

Uma preocupação de Gorinchteyn é com o desgaste que o isolamento -e conflitos de narrativa envolvendo o tema- pode provocar na população, que, cansada, pode desrespeitar as regras de distanciamento, o que levará a um impacto direto no número de casos e mortes.

Segundo o infectologista, o Brasil felizmente tem um sistema de saúde único como o SUS, que, mesmo sempre muito criticado, é "uma grande mãe que acolhe as pessoas nas horas de turbulência". O sistema, ele diz, possibilita a construção de planos estratégicos para deslocamento de pacientes de unidades que estão no limite para outras regiões menos afetadas, troca que inclusive pode ocorrer entre hospitais públicos e privados.

Após se formar em 1997 na Universidade de Mogi das Cruzes, Jean Gorinchteyn, 51, fez residência em clínica médica e mestrado, ligado à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, em doenças infecciosas. Atualmente, faz parte da primeira unidade de internação do Instituto de Infectologia Emilio Ribas, no qual foi, por seis anos, responsável pelo Ambulatório de Aids em Idosos.

PERGUNTA - É possível comparar a pandemia do novo coronavírus com a epidemia de HIV ou com as situações com arboviroses, como dengue, por exemplo?

JEAN GORINCHTEYN - Na Aids, no começo, não sabíamos como era a contaminação, então entrávamos com luvas, máscaras, aventais. Mas não víamos a equipe médica adoecendo. No coronavírus perdemos amigos, médicos, enfermeiros. Imagine o medo, você tem sua família, seus filhos, sua esposa. Vemos médicos que não voltam pra casa. Isso é uma grande tragédia. O medo delas se contaminarem e levarem a doença para quem mais amam e ao mesmo tempo ter que estar no front atendendo. E muitas vezes com falta de EPIs [equipamento de proteção individual]. É uma doença na qual vemos a população adoecendo e quem está dando assistência também.
Ao mesmo tempo vemos a solitude daqueles que estão doentes. Quando você está doente é um período extremamente frágil da vida, em que você quer ser abraçado, beijado. Eles nem sequer podem receber a visita de parentes. É uma catástrofe. E, quando as notícias são ruins, a própria equipe médica não pode abraçar essa família. É uma doença muito só, tanto para quem atende, quanto para quem adoece, quanto para a família.O cuidado humano fica de lado.

Quando se trata de um vírus como esse, não tem a humanidade.P. - Há equipes de auxílio psicológico para tentar suprir essa solidão?

JG - Acabamos tendo essa assessoria principalmente quando o indivíduo vai para as enfermarias. Mas nunca um contato mais próximo, sempre um contato distanciado, respeitando distanciamento social, sempre paramentado. Isso torna muito formal a relação. Você quer enxugar uma lágrima e não tem essa possibilidade.

P. - E para você, pessoalmente, como é o dia a dia?

JG - É uma sensação muito delicada. Você vive no medo. Basicamente vivemos no medo. Você tem medo de encostar no balcão, de estar próximo da equipe médica conversando sem a máscara. Você não sabe se a pessoa na sua frente é um portador assintomático. É uma sensação de medo e preocupação, por mais que tome todas as precauções.Imagina você ter que estar no front e o medo de se infectar. Será que tirei a máscara direito? E o avental? É algo que nos deixa muito tensos.
É um misto de tensão e fragilidade, em que você não consegue dar o atendimento, porque você não tem medicações específicas. Todas as medicações ainda são experimentais. É um momento muito diferente de todos os momentos que qualquer infectologista, de qualquer faixa etária, mesmo os mais velhos, tenha vivenciado.

P. - Você comentou sobre as pessoas que não estavam voltando pra casa. Você pessoalmente é um desses casos?

JG - Felizmente não. Eu tenho esposa e filhos. Minha esposa tem diabetes e pressão alta. A gente já dorme em quartos separados por causa disso. Toda a preocupação ao chegar em casa, as zonas limpas, zonas sujas. Deixo a roupa ali, já passo álcool em gel nas mãos, troco de roupas e vou direto para o banheiro para tomar banho e me desinfetar. E aí, sim, de longe, dou tchauzinho para todo mundo. Sem compartilhamento de garfos, talheres. Cada um lava seu copo, talher, prato. A lavagem de mãos é frequente, o uso de álcool em gel é frequente. São medidas que acabamos intensificando exatamente na prevenção contra o coronavírus.Você está ali e não está.Você quer sentar, abraçar, beijar. Você que assistir televisão junto, falar "deita aqui". Mas você não pode. Estamos muito perto e muito longe ao mesmo tempo.

P. - Voltando às comparações, HIV, dengue e zika parecem ter um paralelo, a conscientização para algumas atitudes básicas.

JG - Quando falamos da dengue, da zika, e do próprio HIV, não obrigatoriamente nós tenhamos pessoas que não tenham sido zelosas.Há pessoas que estão em casa e aquelas que estão indo para rua. Quem está em casa, sem sair, principalmente aqueles que têm doenças pregressas, está confiando que quem foi para a rua está fazendo sua parte em termos de segurança, de distanciamento, de uso de máscara, de álcool em gel. Mas quantas pessoas, no caso do HIV, eram mulheres em casa, que os maridos saíam, tinham relações extraconjugais desprotegidas e contaminavam a mulher que tinha ficado em casa, que estava seguindo os rituais de segurança? Você pode estar olhando o seu vasinho de plantas e evitando o acúmulo de água, mas o terreno do lado está abandonado e ali foi o logradouro para depósito dos ovinhos do aedes.É a conscientização, mas nem sempre isso está relacionado com os seus cuidados, mas sim com os cuidados das pessoas que estão no seu entorno.

P. - Ou seja, a Covid-19 é uma doença coletiva. 
JG - Não adianta eu falar que eu me cuido. Nós nos cuidamos. Eu cuido de você, você cuida de mim.

P. - Temos uma guerra de narrativas em curso. Um lado, com suporte científico, falando de isolamento e colapso do sistema de saúde. O outro, sem base científica, falando de isolamento vertical. Isso causa confusão na cabeça da população?

A população está cansada de permanecer tanto tempo confinada e sendo impactada economicamente.Se não trouxermos motivos para ficar em casa, elas não vão aguentar. Principalmente em comunidades, em que tem gente que ganha pelo dia trabalhado. Como eu vou justificar a permanência dessas pessoas dentro de casa?Com números. E o que isso significa? Testagem.
O risco de contaminação é muito maior para grandes cidades. O ideal é fechar as fronteiras de municípios sem circulação do vírus e nos locais onde tem circulação maior gastar testagem para implementar medidas de quarentena, lockdown temporário e progredir para isolamento vertical. Sem embasamento de dados, as pessoas vão continuar batendo cabeça, e a população não vai acatar.

P. - Mas o isolamento é a arma que temos, certo?

JG - Eu não tenho dúvidas de que, se não fosse o isolamento, o sistema público de estados como São Paulo já teria entrado em colapso. Quando diminui o isolamento, isso repercute no sistema de saúde. As passeadinhas, saidinhas são suficiente para ter repercussão no sistema de saúde.

P. - A possível queda do Mandetta pode ter impacto no combate à pandemia? [Quando a entrevista foi feita, o ministro ainda não tinha sido demitido por Bolsonaro]

JG - Eu não tenho dúvida de que o Ministério da Saúde foi liderado de uma forma muito coerente. Todas as medidas que foram instituídas foram muito antecipadas, como colocar o coronavírus como uma emergência de saúde pública, olhando como se fosse uma pandemia. Isso fez com que as estruturas de hospitais públicos e privados fossem preparadas. Uma postura muito correta, austera, médica e estrategista.

P. - A hidroxicloroquina ganhou apelo popular em meio à pandemia. Faz sentido ampliarmos o uso dessa droga nesse momento, mesmo sem evidência científica?

JG - Nós médicos temos que ter evidências para ver o quanto isso tem sido bom ou não. O quanto tem trazido de benefício ou risco aos pacientes. Por isso, tanto o Ministério da Saúde quanto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária propuseram medidas protocolares de pesquisa. Quer usar? Pode usar, mas vai fazer pesquisa, para sabermos qual a dose, qual o tempo, quantos pacientes responderam, quantos não responderam, quantos responderam bem ou mal.Nós não temos trabalhos ainda nos dando esse subsídio. Alguns países que tiveram os seus trabalhos antecipados, por uma questão cronológica, como a Suécia, simplesmente bloquearam a realização e a continuidade de protocolos com cloroquina por eventos adversos graves, o que quer dizer possibilidade de morte em quem usou.Precisamos ter absoluta segurança estratégica. Não podemos distribuir tiros para todos os lados, temos que ter um embasamento para ajudar os pacientes. Existem várias medicações em estudo que podem trazer algum benefício.

P. - E o uso em casos mais leves?
JG - Em situações em que não tem mais o fazer, vamos dar. Isso justifica a utilização da medicação. Por outro lado, nós temos situações em que o paciente ainda não progrediu, ele está em uma fase moderada. E se dermos nessa hora e ele evoluir com efeito adverso grave e morrer? Ele morreu em decorrência da medicação ou da evolução da doença? Não temos essas informações. Precisamos ter os dados científicos, que obteremos na próximas semanas.