domingo, 13 de dezembro de 2015

Casos de microcefalia remetem ao trauma da síndrome da talidomida nos anos 60

No Brasil, pelo menos 700 pessoas nasceram com malformação genética devido ao uso da talidomida

Agência Brasil

Adoção
Até o dia 5 deste mês, 1.761 casos suspeitos
 de microcefalia  foram notificados 
em 422 municípios
 (Foto: Arquivo/Agência Brasil)
Em agosto deste ano, autoridades e médicos brasileiros depararam com o aumento inesperado do nascimento de crianças com microcefalia, uma malformação irreversível no cérebro.
Até o final de novembro, quando o Ministério da Saúde confirmou a relação entre as ocorrências e a chegada do vírus Zika ao Brasil, não se sabia ao certo a origem dos casos, pois não se encaixavam nos diagnósticos já conhecidos pela literatura médica.
Perguntado sobre uma situação comparável a essa, o presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva, Gastão Wagner Campos, relembrou as deformidades causadas pela talidomida nos anos 50 e 60. Em 1959, médicos alemães começaram a relatar o aumento da incidência de nascimento de crianças com um tipo peculiar de malformação congênita, com deformidades no esqueleto, nas pernas e ausência de alguns ossos nos braços.
Dois anos depois, pediatras começaram a relacionar os casos ao uso da talidomida (substância tranquilizante e anti-inflamatória, usada para controlar enjoos durante a gravidez) por gestantes. No Brasil, pelo menos 700 pessoas nasceram com malformação genética devido ao uso da talidomida. No mundo todo, foram cerca de 10 mil casos.
“Surgiu essa droga barata e muito efetiva, usada em larga escala pela indústria farmacêutica e começaram a nascer milhares de crianças com sequelas graves, sem braço, com deformidades. Demoraram a fazer essa relação”, lembrou Campos.
Substância
A talidomida circulou como produto livre de efeitos adversos no Brasil até 1962, quando foi banida no país. O remédio voltou a circular no país em 1966, quando começou a nascer a chamada “segunda geração talidomida”. Em 2006, ainda houve registro de uma gestante que teve filhas gêmeas com deformidades, depois de ter tomado o medicamento da mãe, sem indicação médica.
Atualmente, a prescrição de medicamentos à base de talidomida deve ser feita com receita específica e mediante assinatura de termo de responsabilidade e esclarecimento.
O remédio é usado para tratamento de hanseníase, de lupus e da aids. “Não era um vírus, mas assim como a talidomida, a situação com a microcefalia também é inesperada e exige muita pesquisa e ação intensa do governo”, ressaltou Campos. 
Até o dia 5 deste mês, 1.761 casos suspeitos de microcefalia foram notificados em 422 municípios brasileiros. Os números foram divulgados hoje (8) pelo Ministério da Saúde. Até o momento, de acordo com o novo balanço, 14 unidades federativas registram casos suspeitos da malformação, que, na maior parte dos casos, causa comprometimento intelectual, que pode vir acompanhado de surdez, cegueira, entre outras alterações no organismo.

FONTE: Correio 24 Horas

Saiba quais são os repelentes mais indicados na prevenção do zika vírus e como usá-los

No Brasil, há três tipos de repelentes com a venda autorizada e cada um possui capacidade de proteção diferente

Redação iBahia

Após o Ministério da Saúde confirmar a relação entre o zika vírus a microcefalia no bebê, as gestantes têm se preocupado com o que fazer para prevenir a doença. Um dos métodos aconselhado pelos médicos é a utilização de repelentes, até mesmo por cima da roupa ou dentro de casa. No entanto, muitas mulheres têm dúvidas de quais tipos de repelentes utilizar.
No Brasil, há três tipos de repelentes com a venda autorizada: a base de icaridina, de DEET ou de IR3535. A icaridina é a que garante maior tempo de proteção, 10 horas, por isso, é a mais indicada. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), as grávidas podem utilizar normalmente os repelentes, desde que estes estejam registrados na agência.
(Foto: Reprodução)
Confira a diferença dos repelentes mais indicados:
Icaridina: Dura mais na pele. Com uma concentração de 20 a 25% protege por aproximadamente 10 horas contra os insetos. Se aplicado sobre os tecidos, dura até 72 horas.
DEET: É o mais fácil de ser encontrado e é bastante eficiente, porém a duração depende da concentração de DEET no produto. Por exemplo, concentração de DEET de 15% conferem proteção de no máximo 6 horas.
IR3535: É um tipo de repelente indicado para crianças de 6 meses a 2 anos, por ter uma duração muito curta. Nesse caso, são necessárias reaplicações a cada 2 horas. Não é tão indicado para gestantes já que podem deixá-las desprotegidas em períodos de longa exposição.
Como usar:
É preciso também ficar atento de como eles devem ser usados. Por exemplo, não é recomendado usar repelente por baixo das roupas. O ideal é usar por cima dos tecidos e nas partes do corpo descobertas, como braços, colos e pernas.
Além disso, é importante que o repelente seja o último produto a ser aplicado na pele. É preciso ter cuidado em todos os momentos do dia, já que o aedes aegypti têm hábitos diurnos. Já durante a noite, o ideal é dormir com janelas e portas fechadas, com uma temperatura baixa com ar condicionado e usar inseticida. Já quem não possui o aparelho e precisa abrir as janelas, o indica é usar mosquiteiro impregnado com repelente ou inseticida. 

FONTE: Correio 24 Horas