domingo, 12 de julho de 2015

Crise força jovens a sair em busca de emprego


trabalho

Aos 16 anos, Bruno Dornelas de Castro tinha um emprego no comércio. Mas não era isso que sua mãe queria para ele. Achava que o mais importante, naquela idade, era o foco nos estudos. Bruno atendeu ao pedido da mãe, deixou o emprego e se formou no ensino médio no ano passado. Havia chegado a hora de entrar na faculdade. Mas as coisas mudaram desde então. Com a inflação em alta atingindo em cheio o orçamento da família, o rapaz, hoje com 18 anos, agora precisa voltar a trabalhar para bancar os estudos.
A realidade de Bruno é a mesma de milhares de brasileiros que, de repente, se viram na obrigação de voltar ao mercado de trabalho para ajudar nas despesas domésticas. Essa mudança é provocada tanto pela disparada dos preços, que corrói a renda, quanto pelo desemprego de membros da família, o que compromete o orçamento. Só em maio deste ano, o número de chefes responsáveis pelo sustento do domicílio que estavam desempregados subiu 54,4% em relação a igual mês de 2014, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE. Com isso, a procura por trabalho aumentou principalmente entre jovens e mulheres.

Aprovação a Dilma cai no Nordeste após corte de recursos federais


dilma decepcionaa
A queda na aprovação da presidente Dilma Rousseff no Nordeste, região que lhe garantiu as maiores votações proporcionais nas eleições presidenciais, é um dos sinais mais eloquentes da crise política que atinge o PT e sua principal representante. Na Bahia por exemplo, reduto petista, onde a presidente obteve 70% dos votos em 2014 enquanto o candidato do PSDB, Aécio Neves, ficou com 30%, a rejeição à presidente cresce à medida que aumenta o desemprego.
Sob efeitos da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, do recuo nos investimentos do governo federal e de paralisia nos programas-vitrine do governo PT, como o Minha Casa Minha Vida, o Nordeste perdeu 152 mil vagas de emprego nos primeiros cinco meses do ano, a maior taxa de demissões de todas as regiões.
Na Bahia, foram fechadas 16.493 vagas a mais do que todas as contratações. Salvador é a região metropolitana com a maior taxa de desemprego, segundo o IBGE, 11,3%. A segunda maior, também está no Nordeste: Recife, com 8,5%. No País, o desemprego subiu para 6,7% em maio.