quarta-feira, 11 de março de 2015

Presidente do Senado ataca Planalto e diz que governo Dilma 'envelheceu'

DIFERENÇAS

Folhapress | 12h30 | 11.03.2015

Segundo Renan Calheiros os problemas entre o Executivo e o PMDB não foram solucionados com o acordo em torno da medida provisória do IR

Renan Calheiros
Renan Calheiros foi um dos incluídos na lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entre os políticos que serão investigados na Operação Lava Jato
ANTONIO CRUZ/AGÊNCIA BRASIL
Depois de sinalizar uma trégua com o governo ao costurar acordo para a correção da tabela do Imposto de Renda, o presidente do SenadoRenan Calheiros (PMDB-AL), voltou nesta quarta (11) sua artilharia para o Palácio do Planalto ao afirmar que o governo "envelheceu".
Renan disse que os problemas entre oExecutivo e o PMDB, seu principal aliado no Congresso, não foram solucionados com o acordo em torno da medida provisória do IR.
"Eu acho que do ponto de vista da aliança, não se resolveu nada. Evidente que eu não falo pelo partido, eu falo pelo Congresso Nacional. A coisa da aliança, ela precisa ter um fundamento. Esse governo parece que envelheceu. Mas esse aí é outro assunto que está sendo tratado por outra instância do partido", atacou Renan.
O presidente do Senado disse que, na semana passada, houve uma "inversão" da relação do Senado com o Executivo após ele devolver à presidente Dilma Rousseff medida provisória que promoveu desonerações na folha de pagamento. "Nós devolvemos a medida provisória e hoje foi editada medida provisória [do Imposto de Renda] como produto da conversa com o Congresso", disse Renan, numa cobrança por maior diálogo com o Planalto.

O peemedebista reafirmou que "ninguém substitui o Congresso Nacional" e prometeu zelar pelas prerrogativas do Legislativo "até o último limite".
"A MP foi uma solução construída pelo Congresso. O governo editou uma medida provisória como produto dessa negociação. A relação do Congresso com o governo vai ser sempre uma relação institucional porque o Congresso cada vez mais vai ser Congresso."
Veto
Renan e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foram os principais fiadores do acordo que resultou na edição de medida provisória com a correção escalonada do imposto. Apesar dos atritos com o Planalto, o PMDB entrou em cena para evitar a derrubada do veto de Dilma à correção de 6,5% na tabela do IR.
Os congressistas, incluindo aliados do Planalto, prometiam derrubar o veto na sessão marcada para esta quarta. Com o acordo, o PMDB prometeu mobilizar sua base e partidos governistas para manter o veto. Em troca, o governo cedeu a correção de 6,5% para as faixas de renda mais baixas. Os que têm maior faixa de renda terão correções menores, entre 5,5% e 4,5%.
Apesar da aparente trégua, nos bastidores peemedebistas continuam manifestando irritação com o governo, em especial ao tratamento dispensado por Dilma ao PMDB.
Lava Jato
Renan e Cunha foram incluídos na lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entre os políticos que serão investigados na Operação Lava Jato.
O fato irritou a cúpula do PMDB e do Congresso, o que provocou a subida de tom do presidente do Senado contra o Planalto. Os peemedebistas não receberam apoio público do governo, nem do PT, o que apimentou a crise entre os poderes.


FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE

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