sábado, 28 de março de 2015

Brasileiros querem fim do visto, diz Shannon

ESTADOS UNIDOS

28.03.2015

Donos de hotéis e restaurantes na Flórida também seriam a favor da desburocratização do ingresso no País

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Em evento, o ex-embaixador dos EUA no Brasil também rechaçou críticas sobre o declínio econômico brasileiro no mundo
FOTO: AGÊNCIA BRASIL
Washington. Isenção de visto é "o que o brasileiro na rua quer dos EUA", declarou o conselheiro do Departamento de Estado e ex-embaixador americano no Brasil, Thomas Shannon, ontem, em um evento na Universidade George Washington.
"Se perguntar a meu amigo chanceler Mauro Vieira, o que o Brasil quer dos EUA, ele dirá que é o apoio americano a uma vaga no Conselho de Segurança na ONU. Mas se eu perguntar a um brasileiro na rua o que ele quer dos EUA, ele vai falar que não quer mais ir até o Consulado e pagar US$ 160 por um visto", disse Shannon.
E ainda emendou: "os donos de hotéis e restaurantes da Flórida também querem o fim do visto. Temos que perguntar o que as sociedades querem dos dois países".
O ex-embaixador disse que, pouco depois de deixar o Brasil, em 2013, os consulados americanos estavam perto de emitir 1,8 milhão de vistos por ano para brasileiros que "visitam Miami, Nova York, Las Vegas", aonde surgem "relações inusitadas", do diálogo entre igrejas evangélicas nos dois países ao aumento do intercâmbio por meio do programa Ciências sem Fronteiras.
Na maior parte da palestra, que abriu um evento sobre a economia brasileira na George Washington University, Shannon disse que a aposta dos EUA no Brasil é de "longo prazo".
Crítica
Desviando de perguntas sobre a possível visita da presidente Dilma Rousseff a Washington, adiada em 2013 após revelações de espionagem, ele relatou declaração de Jeffrey Immelt, presidente da General Electric, após visita ao Brasil. "Se alguma empresa americana estiver deixando o Brasil, me avisem, que eu compro o que eles tiverem deixando por lá", defendeu.
Shannon ainda criticou a capa da revista "The Economist", ao mostrar que o Cristo Redentor despencava do Corcovado diante do declínio econômico. "É um erro, uma mentalidade de dinheiro de curto prazo".
O ex-embaixador disse que o Brasil é um "ator global que nós gostamos, parceiro que luta para reforçar as organizações multilaterais, que não quer se impor por armas nucleares, nem querendo dominar o mar do sul da China", em indiretas ao Irã e à China.
Por fim, ele afirmou que a próxima Cúpula das Américas, no mês que vem, será "histórica", pela presença de Cuba, reatando relações com os EUA, e que os americanos almejam dialogar com a Venezuela depois das sanções de Washington a funcionários do País responsáveis por violações dos direitos humanos.
FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE

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